A 2º Edição da Formação Inicial para Estudantes da Beira já Arrancou

Dinamizada pela equipa do Centro de Investigação Santo Agostinho (CISA), com participação da FGS | Fundação Gonçalo da Silveira e apoio do Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto (CEAUP), decorre a segunda edição da Formação Inicial em Aprendizagem em Serviço (1), com foco nas Alterações Climáticas, na Ecologia Integral e na Aprendizagem em Serviço, a partir de metodologias de aprendizagem ativa e participativa. Contou com a presença de 11 estudantes e foi co-facilitada por uma equipa de docentes e de estudantes que integraram a primeira edição desta formação, em 2022. 

No âmbito do módulo sobre Alterações Climáticas, a FGS ficou responsável pela dinamização do Mural do Clima, uma ferramenta educativa cuja metodologia participativa permite construir as ligações entre as causas e os efeitos dos desafios climáticos na sua globalidade. O objetivo deste workshop é exatamente promover um conhecimento interseccional e plural sobre este problema, bem como refletir sobre possíveis soluções para um futuro sustentável e com vista ao bem comum.

Esta formação focou-se, ainda, na reflexão e discussão sobre o papel do ensino superior na sociedade e de que forma este pode estar ao serviço das comunidades, através da co-produção de conhecimento por meio da Aprendizagem em Serviço. A Formação em Aprendizagem em Serviço e Alterações Climáticas encontra-se a ser promovida no âmbito do Projeto ReAgir às Mudanças Climáticas – jovens da Beira na reflexão e ação para o Bem Comum, um projeto desenvolvido com duas comunidades, uma rural e outra urbana, na região da Beira (2), em Moçambique. 

A questão ecológica é um dos grandes desafios do nosso tempo, ponto de discussão e de preocupação quer de líderes políticos, quer da sociedade civil. Sabe-se, hoje, que a degradação ambiental tem influência direta nas situações de desigualdade extrema e injustiça social à escala global, com especial impacto em regiões como a  Beira. É, por isso, necessária uma análise mais cuidada e a criação de ações integradas, que permitam olhar para as questões ecológicas e para o mundo, por um lado, como uma problemática que a todos diz respeito e, por outro, compreender e refletir sobre as questões ecológicas como uma das causas estruturais, que está na origem de situações de pobreza, injustiça social e desigualdade a nível global.  É deste confronto que surge o projeto “Reagir às mudanças climáticas: Jovens da Beira na reflexão e ação para o Bem comum”. 

Na região da Beira, através do trabalho do Projeto ReAgir, pretende-se promover uma educação universitária comprometida com as problemáticas das comunidades locais, através da interseção de três agentes chave: docentes, estudantes e comunidades (nomeadamente através das várias organizações de âmbito local: ONG, movimentos sociais e poder local).

Acompanhe mais novidades sobre este e outros projetos da FGS, aqui

Juntas/os pela Transformação e Justiça Social.

 

(1) A Aprendizagem-Serviço (ApS) é uma metodologia de extensão universitária crítica que nasce do cruzamento entre a formação universitária (Aprendizagem) e o compromisso social (Serviço). A extensão universitária crítica nasceu em Inglaterra, no século XIX, enquanto “Educação Continuada” (Lifelong Education), mas apenas no início da década de 1960 é que este conceito se tornou indissociável do ensino e da pesquisa, tornando-se, também, uma ação de compromisso com as comunidades locais.

(2) O projeto ReAgir às Mudanças Climáticas – jovens da Beira na reflexão e ação para o Bem Comum nasceu da colaboração entre a FGS – Fundação Gonçalo da Silveira, o CISA – Centro de Investigação Santo Agostinho, da Universidade Católica de Moçambique (UCM) e o CEAUP – Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto, com um especial foco na Aprendizagem em Serviço.