Educação para a Cidadania: 3 consórcios de escolas e ONG voltam a encontrar-se

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No final de fevereiro, voltaram a juntar-se os 3 consórcios que colaboram no projeto Educação para a Cidadania. Cada consórcio junta uma ONG e um agrupamento escolar que trabalham juntos num plano de ação desde setembro de 2019:

O momento contou também com a participação de representantes do Programa Cidadãos Ativ@s (Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Bissaya Barreto), do The European Wergeland Centre e ainda com a professora Cristina Vieira, membro do painel consultivo do projeto. 

Neste encontro online, que teve a duração de duas manhãs e juntou um total de 30 participantes, procurou-se fazer um ponto de situação geral do projeto e dos diferentes planos de ação, aprofundar alguns temas fundamentais do projeto e articular questões operacionais até ao final deste ano letivo. Foi igualmente uma oportunidade de (re)encontro e (re)conhecimento entre as várias pessoas que intervêm no projeto.   

Na primeira manhã do encontro, os três consórcios e a equipa de coordenação do projeto tiveram oportunidade de partilhar o caminho percorrido. Destacaram-se as particularidades de cada contexto e as abordagens participativas e de integração de diferentes membros das comunidades educativas, bem como a criatividade em encontrar soluções face ao contexto de pandemia.  

Foi interessante perceber os diferentes impactos em cada território, e a forma como cada um viveu esta realidade: o consórcio da Damaia, estando num centro urbano, viu tudo fechar à sua volta, sentindo a necessidade de adaptar toda a sua realidade (e o plano de ação) ao mundo digital; já o consórcio de Porto Santo, num território mais isolado, pôde viver uma realidade em que as escolas e restantes serviços mantiveram as portas abertas durante grande parte do que foi, para o resto do país, tempo de confinamento; e em Gondifelos, um meio mais rural, o regime acabou por ser híbrido, havendo uma mistura entre o digital e o presencial. 

Ainda no primeiro dia, a professora Cristina C. Vieira conduziu uma conversa sobre as consequências da pandemia na Educação para a Cidadania, como dimensão de aprendizagem na escola. Um dos pontos transversais desta conversa foi a forma como a pandemia tem feito emergir as desigualdades sociais, que estavam mais escondidas e que agora se tornam visíveis. 

Já na segunda manhã, a professora Luísa Black, amiga crítica do projeto e representante do The European Wergeland Centre, dinamizou uma reflexão conjunta sobre a abordagem Whole School – um modelo que reconhece a escola como um todo, integrando holisticamente os seus vários contextos (político, social, económico e demográfico) como base da promoção de aprendizagem, aliado à ideia de interdependência entre estudante-escola-comunidade. 

Na segunda parte desta manhã, discutiram-se e definiram-se em conjunto questões operacionais do projeto, com destaque para as relacionadas com o instrumento de avaliação de competências em cidadania, cujo segundo momento de implementação acontecerá no final deste ano letivo. A conclusão da primeira fase desta atividade do projeto confirmou a robustez deste instrumento, permitindo às escolas apropriarem-se dos resultados e adaptarem os seus planos de ação às capacidades e interesses dos seus estudantes. 

O encontro terminou com a ideia de se realizarem reuniões bilaterais entre os consórcios, para aprofundar a troca de experiências e aprendizagens e enraizar as relações entre as pessoas do projeto. Os planos de ação promovidos pelos consórcios ONG-Escolas encontram-se no seu 2º ano de implementação e entrarão no seu 3º e último ano no início do próximo ano letivo. 


O projeto “Educação para a Cidadania” é uma iniciativa do programa Cidadãos Ativ@s promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Bissaya Barreto, e implementado pela Fundação Gonçalo da Silveira (FGS) e pelo Centro de Investigação para o Desenvolvimento Humano da Universidade Católica Portuguesa – Centro Regional do Porto (CEDH-UCP).