De 7 a 10 de junho decorreu na Beira, em Moçambique, o encontro “Posse da Terra e Governança Justa na África Lusófona“, uma organização do SECAM – Simpósio das Conferencias Episcopais de África e Madagáscar, com o apoio da CIDSE e da Organização Não Governamental portuguesa FEC.
Marcaram presença diferentes organizações da sociedade civil que trabalham e revelam preocupações nesta área. Entre elas, o Centro de Investigação de Santo Agostinho (CISA), um centro de investigação-ação para as áreas económica, jurídica e política, que integra a Universidade Católica de Moçambique e que é parceiro da Fundação Gonçalo da Silveira na zona rural de Nhangau, a norte da Cidade da Beira.
A participação do CISA passou ainda pelo acolhimento de uma Delegação do Encontro nas suas instalações, a 10 de junho, com o propósito de apresentar as atividades de pesquisa desenvolvidas e criar condições para futuras parcerias na área de investigação científica e formação.
Sérgio Niquisse, investigador que representou o CISA neste encontro, relata-nos a importância da iniciativa para o trabalho desenvolvido no Centro.
“A participação na Conferência foi uma grande oportunidade para discutir assuntos que muitas das vezes são negligenciados por quem de direito. O CISA, assim como outras instituições e organizações, tiveram também uma oportunidade para troca de experiências na abordagem da matéria de género. Ficou claro também que os problemas sobre a posse de Terra são comuns na África Lusófona, mas com frequência diferentes de um país para outro.
Neste encontro, foram igualmente apresentados depoimentos a partir de líderes comunitários locais e algumas vítimas da usurpação de Terra. Este facto mostrou claramente a gravidade do problema de acesso à terra que as comunidades locais têm enfrentado no seu dia-a-dia e muitas das vezes sem a devida orientação para se defenderem da injustiça.
A participação do CISA foi de extrema importância na medida em que os assuntos abordados enquadram-se na visão do Centro. A partir deste evento, foi possível criar condições para a definição de novas linhas de pesquisa do centro, para futuras pesquisas.
O CISA está mais motivado e capacitado para intervir nas comunidades locais como a de Nhangau na investigação da problemática da terra e nas consequências sócio-ambientais, com maior sensibilidade, para além de melhorar futuras implementações de projectos agrícolas.”