Despertar nas crianças o espírito crítico e a compreensão sobre questões de direitos humanos, pode ser uma tarefa complexa. Foi com o objetivo de preparar para este desafio que a FGS e o CIDAC promoveram a Oficina Formativa “Educação para a Cidadania Global”, realizada em Lisboa, entre os meses de outubro e novembro, e dirigida a professores/as e educadores/as do pré-escolar e 1º ciclo.
Se há área que se tem revelado preponderante à formação escolar, é a Educação para a Cidadania Global (ECG) [1]. Iniciativas recentes, como a criação da nova disciplina ‘Cidadania e Desenvolvimento’, vêm abrir espaço a um trabalho mais sistemático na promoção de valores, conhecimentos e atitudes que sejam coerentes com a igualdade, a democracia e a justiça social. Apesar disso, a formação e os recursos pedagógicos de apoio aos e às educadoras continuam a ser dispersos ou quase inexistentes.
Foi esta constatação que motivou a FGS e o CIDAC a preparar esta Oficina, a partir do Referencial de Educação para o Desenvolvimento[2] e focada nos seguintes conteúdos programáticos: ‘Interdependências e Globalização’ e ‘Cidadania Global’. Ao longo da oficina procurou-se analisar e refletir criticamente sobre estes dois temas, conhecer os princípios e as práticas propostas pela ECG, identificar cruzamentos com os programas escolares e ainda perceber qual pode ser o papel do/a educador/a.
Entre o trabalho presencial e autónomo, foram realizadas 50 horas de formação, devidamente intervalada de modo a permitir (de acordo com a própria metodologia da ECG) um espaço à criação, à reflexão e à integração da teoria com a prática letiva. De acordo com Hugo Marques, da equipa de projetos da FGS, “os trabalhos desenvolvidos pelos participantes já deram ideias de como é que a ECG se pode encaixar dentro da educação formal.”
É interessante perceber como os documentos oficiais se vão conjugando com a prática em que já estamos continuamente a trabalhar.
Apesar de já estar pensada há mais tempo, esta formação coincidiu com a publicação da Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania que inclui orientações práticas de como encaixar a Cidadania nos espaços da Escola. “Esta legitimação por parte do Ministério da Educação acabou por gerar um interesse extra. Mas para além disso, é interessante perceber como os documentos oficiais se vão conjugando com a prática em que já estamos continuamente a trabalhar”, acrescenta.
A colaboração e a dinamização de atividades em contextos formais, junto de Escolas e de Educadores/as, é uma das principais áreas de trabalho da FGS. A Oficina Formativa foi acreditada pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua e aconteceu no âmbito do projeto Desafios Globais, cofinanciado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.