Durante a semana de 27 a 31 de maio a FGS | Fundação Gonçalo da Silveira, em colaboração com o Ponto Sj através da rubrica Ponto Cruz, promoveu vários momentos de reflexão sobre o tema do clima, a propósito das eleições europeias.
O objetivo central era o de refletir a várias vozes e em vários formatos. Além de uma conversa, convidamos três pessoas para escreverem sobre este tema a partir de três perspectivas de análise: ética, pedagógica e espiritual.
Para desenvolver a perspetiva ética, convidámos o Francisco Ferreira da ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável que refletiu sobre o futuro do Pacto Europeu, assumindo que:
Através de uma perspectiva pedagógica, Joana Rigato convida-nos para uma aprendizagem através da natureza.
Numa vertente espiritual, o Jesuíta Afonso Espregueira abordou a ecologia através da sua integralidade.
As palavras saíram do papel e “viajaram” até Évora, mais precisamente à Associação Casa do Monte, onde houve tempo para conversar. Sílvia Franco (FGS), Rita Rosado (Associação Casa do Monte), Maria Ilhéu (Universidade de Évora) e Leonor Centeno (Moderadora), encheram este painel de ideias desafiadoras de um futuro mais sustentável.
A Associação Casa do Monte nasceu do desafio lançado pelo Papa Francisco, através da encíclica Laudato si’ sobre o Cuidado com a Casa Comum. Pelas palavras da anfitriã, Rita Rosado, a Casa do Monte surge enquanto pilar entre a espiritualidade, a educação e a ecologia, na tentativa de construção de uma visão holística, integral e, por isso, de equilíbrio do mundo.
Sílvia Franco (Equipa Cidadania Global e Desenvolvimento) referiu que a Educação para a Cidadania Global é o motor do trabalho da FGS. É uma resposta para fazer face às interdependências (globais e locais) que atualmente dominam o mundo.
Maria Ilhéu abriu a sua intervenção com uma pergunta: o que é a Natureza? Respondendo que é tudo o que existe na terra:
como um animal atuante e dinâmico e em nada exterior. (…) Nos tempos mais recentes e nesta parte do mundo (Europa, mundo ocidental), o nosso modo vida promove um desligamento com o mundo natural. Vivemos alienados, olhamos para a natureza como um sistema de objetos do qual não fazemos parte. Precisamos cultivar a experiência da relação com a natureza com reciprocidade, não há sustentabilidade sem troca comum, sem um chão comum. Precisamos cultivar a reverência, a delicadeza das relações: de nos pertencemos uns aos outros.
O dia já ia longo quando esta conversa terminou na Herdade Vale de Moura, em Évora. Da parte da FGS apenas podemos agradecer a todas/os pelos contributos reflexivos num momento de decisão, como iremos ter no próximo domingo (no dia 9 de junho).
Em baixo, pode assistir na íntegra a esta conversa.
Muito obrigada.
https://www.youtube.com/watch?v=3VBMbymcGDo&t=1s